“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que poderia ser nosso pelo simples medo de tentar”. (Willian Shakespeare)
Nossos sentimentos representam a expressão afetiva de nosso ser. Por estarem ligados ao nosso íntimo, negá-los seria o mesmo que negar a nós mesmos. Além disso, não há como impedir a energia liberada por um sentimento. A questão é como podemos entender os nossos sentimentos para lidarmos com eles, e não combatê-los para negá-los. O mundo dos sentimentos é muito rico, portanto cabe neste ponto delimitar-nos em dois dos sentimentos mais profundos e antigos que permeiam a história da humanidade, a saber: o medo e o amor.
Ter medo é comum e natural. Uma das primeiras palavras ditas pelo homem conforme o livro de Gênesis 3.10 foi “Tive medo (...) por isso me escondi”. Sentimos medo de situações futuras que não estarão sob nosso controle, por isso somos resistentes às mudanças que nos movem a sair de nossa zona de segurança. O medo nos faz fugir do perigo, mas devemos ter cuidado para não nos conformamos aos nossos temores e deixarmos de experimentar as conquistas que alcançaríamos ou os fracassos que nos trariam preciosas lições para amadurecermos e nos tornarmos mais fortes nos momentos de crise. Verdadeiramente, o medo produz tormento e aquele que teme não pode se aperfeiçoar no amor.
No amor o medo não prevalece. Este sentimento faz com que o medo não subsista, pois foi estabelecido na sólida base da confiança. Podemos ter certeza do amor quando olhamos para o futuro com confiança e sem medo. O amor nos leva a agir de forma gentil e atenciosa, pois quem age em amor não busca seus próprios interesses, antes se ocupa em buscar o melhor para outrem. Além disso, nos faz interpretar os eventos da vida sob uma ótica positiva desejando sinceramente que as coisas tenham o melhor fim possível.
Ora, o medo que temos nos faz perder a coragem de arriscar, lutar e vencer, mas ter uma atitude moldada em amor (seja pela vida, por seus objetivos ou por alguém), cura o medo que sentimos e permite-nos abraçar as oportunidades que surgem. Cabe-nos, portanto, expressarmos os sentimentos de forma inteligente.